Na última terça, 31/08, nossa Base Sindical reuniu-se e discutiu sobre a participação do vice-presidente Mourão e generais do Exército no evento: “Livro: Cenários Prospectivos para Inovação Social”, sobre a rapidez suspeita em que se articula a divisão dos Institutos Federais em diversas regiões do Brasil, sendo prevista uma divisão do IFSP em mais duas Reitorias. Reforçando a leitura de contexto e as orientações da Coordenação Estadual do Sinasefe, decidimos publicar nosso repúdio à naturalização de processos antidemocráticos, ligados a um governo que ameaça abertamente a Constituição e a Democracia.

Enquanto Base do Sinasefe de Tupã, decidimos apoiar o ato à favor da Democracia, da Constituição de 1988, no próximo dia 07 de setembro, junto à Frente Brasil Popular no nosso município. Finalmente, ainda antes da reunião apressada (não-gravada) do Colégio de Dirigentes do IFSP, no dia 02/09, nossa Base entendeu o oportunismo da situação em que o Ministro da Educação classifica nossa Instituição como “vedete” do Bolsonaro-Guedes. Lembramos que, em reunião publicada a mando do Supremo, no dia 22 de abril de 2020, o governo atual interpretava a pandemia do covid-19 como oportunidade de “passar a boiada”. Processos que vêm de cima para baixo promovem dominação, controle, exploração, elitismo, exclusão.

Veja-se os preconceitos explícitos do atual Ministro da Educação para se ter a prova científica do elitismo excludente que ele representa. Articulada essa divisão com a Reforma Administrativa, corremos o risco de perdermos a espinha dorsal dos resultados humanizantes que produzimos: a integração do Ensino Médio à Pesquisa, à Extensão, às Licenciaturas, ao Ensino Superior, à pós-Graduação. Devemos lutar contra esse ataque ao direito da nossa juventude ao Ensino Público qualificado e qualificante. Além disso, não há crescimento efetivo da Rede, mas mero inchaço orçamentário a ser repartido com velhas raposas da politicagem herdeiras dos privilégios coloniais da história do Brasil.

Entraremos para o lixo da história da Educação Pública do país, caso aceitemos de braços cruzados servirmos de propaganda para um governo responsável pelo genocídio corrente. Não somos contra a ampliação dos Institutos Federais, somos contra os termos, a forma, ainda mais considerando o contexto em que os fatos geridos pelo governo naturalizam ameaças ao regime democrático, envolvendo setores reacionários e antidemocráticos do país. Não podemos nos deixar levar pela correnteza negacionista e antidemocrática deste momento. Na esteira de acabar com carreiras de técnico-administrativos e docentes, não podemos substituir a oportunidade da nossa juventude emancipar-se, pela oportunidade de reduzi-la à mão de obra submissa ao patronato da pior espécie.

Somos pela Democracia, somos pelo Ensino Público vertical do IFSP, integrado à Pesquisa e à Extensão!