TODO APOIO! | Por iniciativa de docentes do Câmpus Pirituba, foi elaborada uma carta aberta direcionada à Pró-Reitoria de Ensino do Instituto Federal de São Paulo (IFSP) tratando sobre a revisão dos projetos pedagógicos dos cursos. Diante da importância do tema, rapidamente a carta ganhou proporções mais amplas, contando com a assinatura de vários campi. Colabore para que esse debate alcance ainda mais pessoas na nossa comunidade. Assine e ajude a divulgar!
CARTA ABERTA CONTRA A FORMA DE CONDUÇÃO DA PRÓ-REITORIA DE ENSINO DO INSTITUTO FEDERAL DE SÃO PAULO, EM RELAÇÃO À REVISÃO DOS PROJETOS PEDAGÓGICOS DOS CURSOS DA INSTITUIÇÃO
Em consideração a determinação de revisão de todos os Projetos Pedagógicos dos Cursos da Instituição, visando, entre outras questões, a redução de carga horária:
– Solicitamos flexibilidade e continuidade ininterrupta, pelos próximos dois anos – com previsão de continuidade-, nas discussões sobre as instruções normativas relacionadas às consolidações dos currículos, uma vez que o processo da estatuinte apenas foi retomado. A motivação para tal vem em concordância à inquestionável primícia de que cada campus tem uma realidade peculiar, portanto, ainda que as orientações visem minimamente padronizar as ações, isto não pode ocorrer sem uma indicação direta, registrada e clara da PRE, aos diretores de campus, da necessidade desse processo ser conduzido com parcimônia, bom senso, diálogo e respeito à pluralidade de ideias .
– Solicitamos esclarecimentos da PRE sobre as motivações de uma “obrigatoriedade” de redução de carga horária dos cursos, considerando que diversos cursos, aprovados nos últimos anos, possui carga horária superior a que se propõe atualmente. Esse questionamento também considera a incoerência com outra resolução que prevê o aumento na quantidade mínima de aulas a serem ministradas pelos docentes. Pois, como conciliar a redução de carga horária dos cursos com o aumento de quantidade de aulas a serem ministradas, que está sendo exigido? – No que toca especialmente aos cursos Integrados, chamamos atenção aos riscos da possibilidade de construção de planos com diferentes cargas horárias para as disciplinas do núcleo comum em um mesmo campus. Ação que criará inevitável comparação de currículos e possíveis rotulações entre os discentes, podendo levar a problemas de discriminação, indiferença e desrespeito. Se a intenção maior dos Currículos de Referência é a criação de uma identidade do IFSP, essa descaracterização do núcleo comum – como se a educação propedêutica no IFSP fosse apenas uma questão de otimização de tempo e espaço na escolarização dos técnicos – atuará fortemente na segregação do corpo discente (e porque não dizer do docente) e dificultará a promoção de uma cultura comum à instituição. Dessa forma – e entendendo a possível pressão de órgãos federais alheios a, de fato, a REAL qualidade de ensino nos Institutos Federais -, também solicitamos apoio à PRE para a NÃO redução de carga horária indiscriminada, o que julgamos que vem acontecendo. Pautando-se, prioritariamente, na Lei de Diretrizes e Base que NÃO PREVÊ carga horária máxima, e sim, apenas mínima aos cursos, conforme o artigo 24, inciso I, diz (onde se lê “carga horária mínima anual será de oitocentas horas para o ensino fundamental e para o ensino médio, distribuídas por um mínimo de duzentos dias de efetivo trabalho escolar, excluído o tempo reservado aos exames finais, quando houver”). Ressaltamos que, a solicitação, aqui, não desconsidera possíveis reduções de carga horária futuras, mas refuta que o processo seja feito sem amplo, intenso e esgotante debate. Para além disso, justificamos as demandas recorridas até aqui, também considerando o período em que estivemos em quarentena, devido a pandemia da COVID-19. Reconhecemos que embora as discussões internas à PRE tenham sido realizadas, essas não reverberaram de forma significativa nas realidades locais dos campi, de tal forma que muitos docentes não tiveram a oportunidade de se apropriarem da proposta em questão. Para que este trabalho seja realizado com seriedade e qualidade, reiteramos a solicitação de que o debate não se encerre antes do final de 2023.
– Pedimos, ainda, que PRE propicie espaços de formação dos docentes com relação ao projeto filosófico pedagógico que norteia toda a proposta dos Currículos de Referências e, embora essa ação já tenha sido feita, que se repita. Vemos como urgente construir algum tipo de clareza sobre o significado do trabalho como princípio educativo, tal como explicitado na nossa lei de criação, e a atual proposta de redução de carga horária. Só assim, acreditamos ser possível evitar que nos afastemos do objetivo de proporcionar um ensino de qualidade integral, que habilite o estudante a atuar no atual mundo do trabalho de forma crítica, bem como o seu ingresso nas universidades de ponta.
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