Uma mensagem intitulada “Carta Alerta aos Cidadãos de Epitácio”, assinada por “Uma triste mãe, professora e católica” viralizou na cidade e região através das redes sociais. Em seu conteúdo, uma série de ataques contra o Instituto Federal de São Paulo (IFSP) que, nas palavras da autora: “está cheia de petistas, comunistas, ateístas, blasfemadores de Deus, pessoas que odeiam a igreja, os padres, os pastores, a Bíblia e os que creem em Deus e amam a família e a igreja”, afirma.

Denúncias graves e sem qualquer fundamento na realidade complementam as supostas motivações da carta: “Muita gente não sabe, mas na escola técnica em Epitácio há casos de uso de substâncias (bebida alcoólica, maconha, etc), (…), pressão para que os alunos votem nos candidatos de esquerda, odeiem a igreja, rasguem a Bíblia e debochem da fé de seus pais. Eles serão ensinados que sexo livre, homossexualismo, consumo de entorpecentes é normal. Serão feitos fantoches nas mãos desses comunistas”, entre uma enchurrada de factóides com o mesmo teor.

Em nota pública, a direção do Câmpus Epitácio comuninicou que será realizada a lavratura de um Boletim de Ocorrência: “objetivando-se responsabilizar os autores desta mensagem difamatória, inverídica e caluniosa, a qual se enquadra nas comumente chamadas de “fake news”. A origem e o teor das mensagens publicadas em redes sociais serão averiguados pelas autoridades competentes”, respondeu a instituição.

Invenções para manipular a opinião pública, atacar opositores e atuar pela polarização da sociedade já é uma prática amplamente conhecida do bolsonarismo. A manipulação de fatos e informações cria a chamada pós-verdade, ou seja, a realidade objetiva tem menos importância para a formação da opinião pública do que o apelo às crenças e emoções. No caso desta carta, um discurso de ódio e intolerância contra a diversidade e pluraridade de ideias, buscando desacreditar as instituições públicas e ideais democráticos.

O bolsonarismo realizou um trabalho vitorioso na disseminação das ideologias que reforçam esteriótipos e preconceitos. Direitos humanos são negligenciados, acusam a comunidade LGBTQIA+ de impor uma suposta “ditadura gay”, defendem que as mulheres devem aceitar toda forma de subjugação e que práticas antirracistas, como cotas racias, são “mi-mi-mi”, enquanto chamam os ervidores públicos de “vagabundos” e “parasitas”. Tudo falso, mas repetido à exaustão.

Se a atitude criminosa do bolsonarismo já é conhecida, a união e a solidariedade daqueles que resistem também é! Este ataque atinge todas as instituições de ensino, portanto, nossa resposta exige uma mobilização coletiva. Nós, do Sinasefe-SP, expressamos incondicional apoio às companheiras e companheiros de Presidente Epitácio. Vamos juntas, juntos e juntes lutar contra qualquer calúnia e desinformação: não passarão!