No início deste mês, o presidente Lula anunciou novo plano de expansão da rede federal, com a previsão de criação de mais 12 institutos federais de educação no estado de São Paulo, sendo que já existe recurso destinado para a expansão por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Diversos municípios têm realizado encontros para discutir e reivindicar a implantação de uma unidade de Instituto Federal, uma vez que, onde são implantados, os institutos transformam a realidade local, tanto dos entornos de suas unidades, quanto no arranjamento produtivo regional, sendo uma alavancadora de desenvolvimento econômico para essas comunidades.
Seus cursos de Ensino Médio Integrado (EMI) figuram entre os melhores do mundo, suas licenciaturas têm contribuído para amenizar o déficit histórico de formados nas áreas de Matemática, Física, Química e Biologia. Os cursos de engenharia estão entre os mais concorridos do Brasil. Tudo isso, a partir de uma gestão democrática e participativa, com paridade nos conselhos deliberativos e uma proposta pedagógica inovadora, pavimentação para uma educação emancipatória.
O SINASEFE-SP tem sido convidado para participar das mesas de discussões para a expansão da rede federal. Além das características e premissas dos Institutos Federais, o sindicato vem ressaltando que a imprescindível expansão não pode ignorar a necessidade de consolidação dos campi existentes no Estado de São Paulo. Atualmente, são 41 unidades e algumas necessitam de uma atenção urgente devido a problemas estruturais e orçamentários. Para além de temas imprescindíveis para o sindicato, como a reestruturação de carreiras, recomposição de salários, é necessário também que sejam recompostos os orçamentos de investimentos na educação de um modo mais amplo, dentro desses investimentos, também está o novo plano de expansão da rede federal.
No último dia 19 de fevereiro, o SINASEFE-SP esteve presente na Audiência Pública, em Ribeirão Preto, o primeiro município em que a parceria com o MEC foi firmada, neste novo cenário de expansão. Recentemente, o reitor do IFSP Silmário Batista dos Santos afirmou que a abertura de um campus no município teria a previsão de acontecer ainda em 2024. No entanto, outros municípios que aderiram ao plano de expansão posteriormente, já estão com suas atividades em andamento e, em Ribeirão, pouco se avançou até agora. Na audiência foi abordado sobre a relevância do Instituto Federal no município e sobre a importância da sua instalação no local em que está prevista a construção do campus, a fábrica das indústrias Cianê, antiga Matarazzo, um patrimônio histórico tombado, localizado em área onde se desenvolveu a história da indústria no município, sendo que a sua criação pode representar um ganho duplo para o município, a partir também da restauração deste importante espaço, hoje um vazio urbano que carece de atenção.
A Região Metropolitana de Ribeirão Preto (RMRP) é formada por 34 municípios. Juntos, eles somam 1,75 milhão de habitantes. O município de Ribeirão Preto destaca-se no estado de São Paulo por ser uma Capital Regional. Conforme definição do IBGE, as capitais regionais “possuem capacidade de gestão no nível imediatamente inferior ao das metrópoles, têm área de influência de âmbito regional, sendo referidas como destino, para um conjunto de atividades, por grande número de municípios”.
A mesa composta para essa audiência teve como participantes Claudio Henrique Bauso, arquiteto membro do Conselho Municipal do Patrimônio Artístico e Cultural de Ribeirão Preto (COPAC), Dione Cabral, coordenadora na Seção São Paulo do SINASEFE e assistente social no IFSP Araraquara, o professor do IFSP Catanduva Ricardo Gimenez, que realiza a articulação da Frente pelo IF Ribeirão Preto, a vereadora Duda Hidalgo (PT), que tem encabeçado a articulação para a criação do IF em Ribeirão Preto, a egressa do IFSP Sertãozinho Camila Lima Rosa, que atualmente é professora da rede em Ribeirão, o diretor do campus Sertãozinho Paulo Sergio Calefi, representando o reitor Silmário Batista dos Santos.
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