Na próxima quinta-feira, 6 de maio, serão realizadas duas assembleias virtuais:
15 horas – PAUTA ÚNICA: Retomada do cronograma referente às eleições sindicais do Sinasefe-SP;
16 horas – ASSEMBLEIA E GRANDE ATO POLÍTICO – Em defesa da liberdade de organização sindical e pela permanência da sede no câmpus São Paulo!
⚠️ Como medida de segurança, os links da plataforma Zoom e respectivas senhas de acesso serão disponibilizados mediante o preenchimento do formulário:
https://forms.gle/YZHBDbeHMJvioXLs8
A semana do Dia Internacional das Trabalhadoras e Trabalhadores será lembrada por um ataque brutal à organização sindical no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP). Os recém-empossados reitor e diretor do câmpus da capital, em meio à crise sanitária de dimensões trágicas que vivenciamos, determinaram que a sede do sindicato seja desocupada no prazo de 90 dias, ou seja, até agosto deste ano.
Silmário Batista dos Santos assumiu o cargo de reitor da instituição no início do mês de abril. Foi eleito com 29,08% dos votos, em segundo turno, num processo eleitoral marcado pela incerteza da posse, uma vez que dezenas de universidades e institutos no país sofrem neste momento intervenção do governo e ataques. No IFSP não foi necessária a intervenção direta de Bolsonaro. Silmário, ao lado do também recém-empossado diretor Alberto Akio Shiga, mostraram rapidamente o quanto estão alinhados aos projetos antidemocráticos em curso no país. É preciso reconhecer: um interventor bolsonarista não seria tão eficaz.
Não houve negociação, apenas um comunicado de despejo
A sede do Sinasefe-SP está localizada no câmpus da capital paulista há cerca de 30 anos. Em respeito à história da entidade e, sobretudo, aos trabalhadores que construíram essa história, a reunião virtual realizada na última quinta-feira, dia 29 de abril, poderia ter cumprido um importante papel de negociação e entendimento entre as partes. Infelizmente, não foi o que aconteceu.
Os coordenadores que representaram nosso sindicato no encontro – Jean Zeferino, Márcio Alves, Diógenes Sgarbi e Marival Santana – buscaram acordos, propostas e apresentaram alternativas prévias no que poderia ser uma negociação que passaria pela consulta ao movimento sindical. Nenhuma hipótese foi considerada. Silmário se retirou da reunião afirmando taxativamente que pretende expulsar o Sinasefe-SP, sem chance de acordo.
Do mesmo modo, os espaços estudantis foram requisitados pelo diretor Shiga, sem qualquer diálogo com o movimento estudantil. Importante ressaltar que a agência bancária COOPERATIVA, também situada no câmpus São Paulo, continuará suas atividades normalmente.
Argumentos inconsistentes e falaciosos
A Reitoria apresentou dois argumentos para tentar justificar esse ataque contra a organização sindical e estudantil no IFSP. São eles: projeto de expansão de atividades educativas e suposta ilegalidade do uso do espaço.
A justificativa de expansão de atividades educacionais, algo pouco crível diante da crise orçamentária intencionalmente provocada pelo governo privatista de Bolsonaro, passaria necessariamente por um planejamento e cronograma envolvendo também o local ocupado atualmente pela própria Reitoria. Nada disso foi apresentado para a comunidade acadêmica ou para o Conselho de Câmpus (CONCAM) que é o órgão normativo, consultivo e deliberativo no âmbito de cada câmpus do IFSP.
Ainda que tal projeto de expansão esteja em planejamento e seja real, não faz qualquer sentido que um câmpus da dimensão do IF São Paulo, com tantos “pontos cegos” no terreno e até mesmo no uso racional do espaço efetivamente ocupado, precise irremediavelmente, e com a urgência de 90 dias, em plena pandemia, do pequeno espaço de 120 metros quadrados que ocupa nossa sede sindical. Repetimos: apenas 120 metros quadrados!
O segundo argumento apresentado diz respeito sobre à suposta ilegalidade da permanência do Sinasefe-SP no câmpus. Como é uma instituição pública, o IFSP ocupa espaços públicos e, por isso, entidades como sindicatos e centros acadêmicos, que têm natureza privada, mesmo sem fins lucrativos, precisam de uma permissão oficial para ocupar salas e prédios. Não há lei que caracterize essa situação, amplamente naturalizada no país, como ilegal. A presença da sede sindical junto à categoria que organiza é fundamental para o efetivo exercício legal da luta da classe trabalhadora e do estreitamento dos laços de solidariedade entre estes. São espaços cedidos em nome da democracia e liberdade de organização.
O que foge dessa regra geralmente se dá a partir de gestões políticas conservadoras, que atacam o movimento sindical recorrendo a um mito tecnicista, nada politécnico, de uma suposta “boa gestão”. Argumento esse que, no Brasil dos dias atuais, demonstra e reforça o caráter subserviente e bajulador da atual reitoria diante do governo Bolsonaro e de seu projeto de destruição da educação pública.
O Sinasefe-SP fica! Resistir é a palavra de ordem!
Reunidos nesta segunda-feira, 3 de maio, representantes da Coordenação Funcional, Comitê de Mobilização e Luta e Coordenações de Base decidiram que não vamos abrir mão do direito de organização. Continuaremos insistindo no diálogo e na possibilidade de caminhos alternativos à desocupação da nossa sede histórica e, ao mesmo tempo, envidaremos todos os esforços para a reversão das medidas autoritárias que atacam diretamente a representação estudantil e sindical no IFSP.
Não estamos sozinhos nessa luta! Nesta quinta-feira, 6 de maio, nossa assembleia será também um grande ato político. Parlamentares, intelectuais, entidades populares, sindicais, estudantis e movimentos de combate às opressões já confirmaram presença e vão manifestar apoio ao nosso sindicato. A nossa resistência já começou: O Sinasefe-SP fica!
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