Novamente grupos fundamentalistas religiosos atacam e tentam intimidar docentes de Ilha Solteira e mais uma vez, a própria instituição, representada pela equipe gestora local, não age rápida e publicamente na defesa da instituição e de suas/seus servidoras/es.
Tem sido recorrente, desde 2022, ataques ao trabalho de servidoras e servidores do Campus Ilha Solteira por grupos fundamentalistas religiosos, o que significa dizer que não se trata de uma afirmação ao direito da religiosidade.
O fundamentalismo religioso defende que todos os aspectos da vida, a ética, a política, o conhecimento, devem ter como fundamento a perspectiva religiosa. É uma postura absolutamente autoritária e violenta. Vai contra a própria ideia de escola pública, dos princípios e acordos com os quais ela foi construída. Todo o estatuto da educação pública foi pensado para que haja o convívio entre diferentes crenças, tradições e visões de mundo independente da origem familiar de estudantes e/ou servidoras/es.
Nesse caso o conflito não é um efeito colateral, o conflito é esperado e deve ser trabalhado nos marcos do que propõe a instituição. Uma instituição pública, democrática e laica. É preciso afirmar essas premissas que regem o Instituto Federal. E para que possamos reafirmar sempre e continuamente nossa identidade temos o dever de combater os fundamentalismos e grupos que usam dessa prática para intimidar e ameaçar a liberdade de cátedra.
A liberdade de cátedra ou liberdade de ensino nada mais é que um princípio que assegura a liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber. Enfim, é a liberdade plena que docentes possuem de discutir diversos assuntos que entendam importantes para o ensino em sala de aula e em seus grupos de pesquisa ou estudos. Está assegurada na Constituição Federal (1988) e na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (1996).
Nós do Sinasefe-SP solidarizamo-nos com nossas/os colegas docentes e repudiamos qualquer forma de intimidação e cerceamento à liberdade de cátedra pelas vias do fundamentalismo religioso e/ou pela intimidação de servidoras/es. Reiteramos que a liberdade de expressão, o pluralismo de ideias são partes fundantes da concepção de escola democrática e plural que sempre defendemos.
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