A expectativa era grande, mas a realidade foi ainda maior. Na quarta-feira, 7 de agosto, o IFSP Campus Boituva recebeu Rita von Hunty para a palestra “A dinâmica dos estereótipos” no 3º Café Filosófico do Campus. Com as vagas para participação encerradas na semana que antecedeu o evento, não foi surpresa ver o auditório lotado.

A persona do ator Guilherme Terreri subiu ao palco sob aplausos do público, hasteando a bandeira do Sinasefe-SP, sindicato parceiro desta e outras iniciativas que promovem a defesa de uma educação emancipatória.

A partir de fragmentos extraídos do cotidiano, Rita ia mostrando ao público como a construção cultural dos estereótipos segue uma ordem hegemônica e estabelece valor às diferenças, reforçando preconceitos e estigmas. “A gente conseguiu produzir um sentimento de transformação e esse é o princípio primeiro da educação, instrumentalizar para que os sujeitos se tornem sujeitos da história e não objetos”, destacou Rita ao final da palestra.

Para a professora do Instituto Agnes Cruz de Souza, uma das organizadoras da atividade, “foi um dia muito importante para o Instituto na medida em que são temas que recortam o cotidiano, especialmente o cotidiano escolar e são temas que permeiam também os nossos programas de curso, tanto do Ensino Médio Integrado, quanto dos Cursos Superiores. Trazer uma pessoa com a potência dela, com uma linguagem que atravessa o estudante do ensino médio, um convidado, um servidor, etc é fundamental”.

A representante do movimento sindical e docente do Campus Boituva Adriana Nascimento também avaliou positivamente a ação. Para ela, “O Sinasefe-SP forneceu a ajuda necessária para que o evento pudesse acontecer. E essa é uma das funções que o sindicato exerce. As pessoas pensam no sindicato sempre naquela casinha fechada, mas para essa luta também, pela educação, pelo dia a dia, pelo cotidiano”, disse ao destacar o simbolismo de ter a Rita como apoiadora das lutas da classe trabalhadora, a exemplo da última greve federal da Educação.

A estudante do IFSP Campus Boituva Beatriz Fogaça Duran, que tem a Rita em lugar cativo, agradeceu pela oportunidade de conhecer mais de perto a pessoa que a inspirou em momentos de polarização política no país: eu conheci a Rita em 2020, no meio da pandemia, durante uma eleição turbulenta na época e eu me sentia muito perdida. Então, ela foi uma luz pra mim realmente, ela me ajudou a ter uma opinião política própria. Ela mostrou os dois lados e falou assim ‘de qual você quer participar? você quer ficar no meio?’. Pra mim essa palestra foi muito importante. Acordei pensando em que roupa vestir, até me atrasei pra van, mas no fim acabei vindo com a roupa normal, de escola. No fim ela mostra isso, que a gente não precisa se encaixar nos padrões, concluiu Beatriz.