O guarda municipal e tesoureiro do PT Marcelo Aloizio de Arruda, de 50 anos, morreu na madrugada deste domingo (10) após ser baleado na própria festa de aniversário, em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná. Um policial federal, que não estava em serviço, invadiu o recinto, única e tão somente por conta da temática da festa: Lula. Aos gritos de “Bolsonaro” e “Mito”, atirou em Marcelo nas pernas para depois persegui-lo e baleá-lo pelas costas. O guarda municipal, sindicalista e militante do PT local, se armou alguns momentos antes (quando o assassino já havia ameaçado voltar e matar a todos) e revidou, baleando o agressor após ser alvejado pela segunda vez, evitando assim uma chacina.
Este crime de ódio (e isso precisa ser dito por todos sem hesitação) foi apenas o mais recente da tragédia anunciada que tem sido a política abertamente necrófila do bolsonarismo. Trata-se de um prenúncio da onda de violência que o fascismo tentará promover como tática para dar um novo e ainda mais insidioso golpe de estado. Seu objetivo declarado é o adiamento das eleições, e o dia 7 de setembro já tem sido abertamente anunciado por eles como data dessa nova tentativa golpista.
Não há espaço ético e histórico para nenhuma hesitação na resposta ao que aconteceu com Marcelo Arruda e que vem acontecendo pelo Brasil afora, pelos menos desde o assassinato político de Marielle Franco, antes da eleição de 2018, e de Mestre Moa do Katendê, durante o processo eleitoral do mesmo ano.
A política do bolsonarismo, de extermínio de serviços públicos, de direitos da classe trabalhadora e dos próprios trabalhadores ameaça entrar numa nova etapa, ainda mais violenta, se não compreendermos que derrotar o bolsonarismo é uma das lutas mais centrais da nossa história já tão repleta de golpes e extermínios. Trata-se de uma luta por nossas vidas e pelas das gerações futuras.
O último Consinasefe (Congresso Nacional do Sinasefe) adotou a consigna “Eleger Lula para derrotar Bolsonaro”. Está na hora dos sindicatos e de suas bases se organizarem para concretizar este desafio histórico que temos à nossa frente. Para isso, devemos organizar grandes paralisações nacionais, nos locais de trabalho, em defesa da democracia. Passou da hora de articularmos uma resposta à violência fascista que se anuncia cada vez mais abertamente, e de respondermos nas urnas, mas também nas ruas, ocupando-as no próximo mês como as ocupamos nos protestos do “Ele Não”, em 2018, do “Tsunami da Educação”, em 2019 e pelo “Fora Bolsonaro”, em 2021.
Do luto à luta, gritaremos com nossas vozes ainda embargadas, mas alto e em uníssono, que as Marielles, os Mestres Moas, os Marcelos Arrudas e tantos outros que tombaram seguem presentes através de nossa luta, agora e sempre. A memória destes companheiros nos impulsiona e nos lembra que, ao lutar pela democracia, por direitos sociais e trabalhistas, contra o fascismo e contra o capitalismo expropriador que o gerou, estamos lutando pela memória dessas e de tantas outras vidas exterminadas e, sobretudo, pela sobrevivência de todos nós.
Todos os que lutam coletivamente contra a injustiça seguem presentes, agora e sempre!
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