São Paulo, 10 de julho de 2020
O Sinasefe-SP reconhece a importância da gestão democrática para a consolidação de uma educação pública, gratuita, laica e socialmente referenciada no Instituto Federal de São Paulo. Neste sentido, manifestamos profunda preocupação sobre as consequências da Portaria 2337, de 26 de junho de 2020, que estabelece diretrizes para que os câmpus do IFSP, em sua autonomia, analisem localmente ações para o enfrentamento da crise decorrente da pandemia COVID-19.
Em seu artigo 36, a Portaria estabelece:
O câmpus, por meio da sua Diretoria Geral, deverá compor um grupo de trabalho, a ser coordenado pela Diretoria Adjunta Educacional (DAE) ou equivalente, que deverá propor uma forma para o retorno das atividades, considerando a possibilidade de aulas presenciais, não presenciais ou mistas, como disposto no Art. 5°, e as recomendações das autoridades sanitárias.
A Reitoria do IFSP parece desconhecer que o Estado de São Paulo é o epicentro da epidemia Covid-19 no Brasil. Enquanto escrevemos essa nota, os registros oficiais constam 17.118 óbitos e 349.715 casos confirmados. Dos 645 municípios de São Paulo, houve pelo menos uma pessoa infectada em 630 cidades, sendo 401 com um ou mais óbitos. Esse momento exige o isolamento social como forma de conter os contágios e salvar a vida de milhares de pessoas, maioria da classe trabalhadora. Reiteramos, ainda, que só será possível voltar às aulas da rede pública de educação, quando o vírus for derrotado.
Do mesmo modo, a imposição do ensino remoto, e de maneira improvisada, com cada unidade do Instituto Federal de São Paulo “fazendo de um jeito”, termina sendo inviável, pois caracteriza-se como uma política educacional excludente, um “faz de conta”, uma vez que grande parte dos alunos sequer terão acesso. Além disso, uma parte significativa dos profissionais da educação não têm experiência com ambientes virtuais de aprendizagem, produção e edição de vídeos, requisitos básicos para o Ensino à Distância e remoto.
Por isso, solicitamos a participação de um representante do sindicato, ou seja, um trabalhador legitimamente eleito como Coordenador(a) de Base do Sinasefe-SP nos grupos de trabalho previstos pelo artigo 36 da Portaria 2337.
Fazemos um chamado sobre a importância de dialogar com os trabalhadores em educação, estudantes e a comunidade escolar em geral, sobre os impactos do ensino remoto, além de realizar um grande debate no seio da categoria para tirar diretrizes básicas para o pós-pandemia, como por exemplo, como ficará o calendário letivo, o número de alunos por sala, os meios de higienização no ambiente escolar, etc. Alertamos que a política de EAD e ensino remoto só interessa aos governos e empresas educacionais que ganharão bilhões, e que poderá resultar em adoecimento dos profissionais, demissões e ampliação das desigualdades.
A prioridade agora deve ser salvar vidas!
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