As trabalhadoras e trabalhadores terceirizados são os mais afetados pela exploração capitalista. Essa categoria, com composição social majoritariamente feminina e negra, tem jornada semanal de 3 horas a mais e ganham 25% menos que o conjunto dos trabalhadores no Brasil, segundo estudos do Dieese. Como se tamanha precarização não fosse suficiente, os trabalhadores terceirizados da educação não estão conseguindo acesso à primeira fase da vacinação no estado de São Paulo.

Professores e TAES exercem suas funções apoiados no trabalho de outros profissionais que são fundamentais para que as práticas pedagógicas tenham sucesso. Portanto, qualquer medida que seja adotada para proteção contra a COVID-19 deve abarcar todas(os) as(os) profissionais da educação. Tal exclusão caracteriza cerceamento de direito e perda de isonomia, critérios desrespeitosos e inaceitáveis.

Estamos falando, portanto, sobre o direito dos profissionais da limpeza, porteiros, inspetores, vigilantes, merendeiras, serventes, entre outras funções, que estão expostas todos os dias ao vírus contagioso e letal e, sobretudo, ao descaso dos governantes, que negam as medidas sanitárias de proteção, reduzem o auxílio emergencial e obrigam milhares de brasileiros e brasileiras a saírem às ruas e se arriscarem em razão da necessidade de trabalhar e sobreviver.

O Sinasefe-SP denuncia publicamente a lógica perversa do sistema de cadastro estadual que exclui esses trabalhadores e impõe ameaças e risco de multa às direções escolares. É inadimissível que depois de dois meses ainda não exista uma solução técnica neste sistema de cadastro. Nenhuma outra categoria profissional prioritária no plano estadual de imunização foi submetida a qualquer tipo de controle ou burocratização semelhantes.

Reafirmamos inapelavelmente que a educação é um direito social que só pode existir se houver vida! Exigimos respostas e imediata inclusão das trabalhadoras e trabalhadores terceirizados no sistema de cadastro de imunização prioritário. Vacina para todas e todos, já!