Alunos da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) do campus de Guarulhos, na Grande São Paulo, encontraram suásticas desenhadas em paredes das instituições de ensino. Na USP, há ao menos dois relatos envolvendo o Diretório Central dos Estudantes (DCE) e a Faculdade de Direito. No caso da federal, o símbolo nazista foi pichado ao lado do nome de um estudante seguido da ameaça de morte: “CPF cancelado/zerado”. Outros relatos semelhantes aconteceram em escolas de Minas Gerais, Pernambuco e Santa Catarina.
O Brasil ainda está de luto pelas vítimas do massacre em Aracruz, no Espírito Santo. Quatro pessoas morreram, 12 ficaram feridas e cinco seguiam internadas até a última semana. O assassino usava uma roupa militar com uma suástica costurada, a análise do celular comprova o vínculo com grupos relacionados à causa nazista, além do pai (tenente da Polícia Militar) exaltar Hitler nas redes sociais.
Não é possível dissociar o contexto político e o governo atual dessa escalada de ódio e mortes. O discurso nacionalista pautado no ódio às mulheres, aos negros e à comunidade LGBTQIA+ e, principalmente, o apelo à violência reproduzida por uma política belicista e armamentista sustentaram o governo derrotado nas eleições presidenciais, e atualmente, inspiram os grupos de extrema-direita.
Mais do que nunca precisamos de uma educação antifascista e antirracista! Para além da naturalização de práticas autoritárias, os episódios também refletem profundo desconhecimento histórico, considerando que as experiências de nazismo e fascismo na história trouxeram consequências trágicas para a humanidade, como o holocausto.
É necessário a existência de políticas pedagógicas que combatam os mais diferentes preconceitos, o revisionismo histórico em relação ao nazismo, à ditadura e à escravidão, além de políticas de reparação das vítimas.
O Sinasefe-SP reitera a defesa da liberdade de cátedra, do livre pensar. Que possamos ensinar e aprender contrapondo todo tipo de violência e valorizando o ambiente democrático e de diálogo. Para tanto, não podemos aceitar qualquer restrição ao ensino que se baseie na ciência, na técnica e nas diversas expressões de nossa cultura, preservando um ambiente de respeito, diversidade e pluraridade de ideias. FASCISTAS e NAZISTAS, NÃO PASSARÃO!
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