Em Assembleia Geral do Sinasefe-SP, realizada virtualmente dia 1º de abril, as trabalhadoras e trabalhadores do IFSP optaram por realizar uma consulta aos representantes das Coordenações de Base sobre a possibilidade da entidade adotar a plataforma de mensagens SIGNAL em substituição ao WHASTSAPP para o grupo “INFORMES”. Tal demanda surgiu mediante preocupações sobre segurança diante dos recentes anúncios da nova política de regras de privacidade do aplicativo.

Anunciadas originalmente em janeiro deste ano, as mudanças causaram polêmica porque darão permissão para que o WhatsApp compartilhe informações dos usuários com parceiros do Facebook, sua empresa controladora. As críticas se deram porque os usuários se viram obrigados a aceitar essa condição, caso contrário não poderão mais usar a plataforma. Por conta da grande rejeição, o WhatsApp adiou a aplicação das medidas de 8 de fevereiro para 15 de maio.

Um segundo ponto é: quais seriam as informações compartilhadas? Informações como nome, telefone, sua agenda de contatos, modelo do telefone, operadora, IP (que permite identificar sua localização), fotos, status, dentre outros. No entanto, é importante ressaltar que as mensagens e chamadas do aplicativo ainda são criptografadas de ponta a ponta, e por isso, nem o WhatsApp, nem o Facebook, podem acessar diretamente o conteúdo das conversas.

Para o especialista em segurança de dados Marcos Simplicio, professor de Engenharia de Computação na USP, cada aplicativo tem vantagens e desvantagens e a escolha dependerá dos interesses do usuário em usar os serviços das empresas do Facebook e de quão ele está disposto a abrir mão de sua privacidade.

“Para quem já coloca sua vida pessoal inteira no Facebook, é pouco provável que faça alguma diferença significativa (a mudança de política do WhatsApp)”, diz. “Se você se preocupa com sua privacidade a ponto de não entregar muitos dados para o Facebook, então é interessante a hipótese de trocar de aplicativo. Já se você gosta da personalização que o Facebook te dá (como anúncios focados nos seus interesses), você vai estar ganhando em termos de serviços fornecidos personalizados para você (ao disponibilizar mais dados)”, ressalta.

Sobre a plataforma SIGNAL, o especialista explica: “O Signal é sustentado por meio de doações, não coleta dados pessoais, como lista de contatos do usuário, nome e foto do perfil, informações de grupos, dados de localização, entre outros”. Outro grande diferencial, diz Simplicio, é a maior transparência: “O Signal é tão cifrado quanto os outros (em termos de mensagens criptografadas), mas o código é aberto. Então, dá para auditar melhor que o WhatsApp ou o Telegram”, afirma.

“Isso significa que você tem acesso a todos os detalhes do software: uma pessoa que é da área de programação pode olhar e ver tudo que ele faz e que ele não faz. Já no WhatsApp, você não tem acesso aos algoritmos que ele está utilizando”, explica ainda. Por outro lado, a grande desvantagem do Signal é que tem um universo de usuários muito menor, enquanto o WhatsApp tem 2 bilhões de pessoas inscritas. Isso significa que você provavelmente não encontrará no Signal todas os contatos com os quais quer trocar mensagens.

A seguir, disponibilizamos um formulário direcionado para as coordenadoras e coordenadores de base, além de sugestões de leituras para quem pretende aprofundar conhecimentos sobre o tema:

https://forms.gle/o2Gks2Ek1wQ1oU84A

9 livros sobre segurança cibernética recomendados por especialistas: https://rulez.io/blog/9-livros-sobre-seguranca-cibernetica/