O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu nesta quarta-feira (2) reduzir a taxa Selic de 13,75% para 13,25% ao ano. Uma redução tímida diante das reais necessidades do país e que reforça a importância de discutir sobre o assunto.

A maior taxa de juros reais do mundo no Brasil ameaça paralisar a economia, colocando em risco a recomposição orçamentária fundamental para o governo federal retomar os gastos sociais, inclusive os da educação pública, os quais, aliás, já estão sendo contingenciados ao longo de 2023.

Nesse cenário de sabotagem do bolsonarista presidente do Banco Central Campos Neto, o mercado financeiro continua a drenagem de recursos públicos que ameaça a retomada econômica e os serviços e servidores públicos. 

E mesmo com a falácia tecnicista do ideológico monetarismo neoliberal ruindo diante das tendências inflacionárias sobre controle e o comprometimento agudo da atividade econômica, a taxa de juros demorou para cair e cai apenas agora muito lentamente diante da urgência social e econômica. 

O atual presidente do Banco Central não foi cassado mesmo havendo, em 2019, inconsistências contábeis na faixa de um trilhão de reais e, em 2022, manipulação e incompetência ao projetar em ano eleitoral um superávit de 9,5 bilhões de dólares que se mostrou um déficit de 3,2 bilhões. Incompetente e manipulador, se faz urgente o momento político de finalmente cassá-lo no Senado. 

Mas precisamos ir mais longe na perspectiva de uma luta de classes e reverter a autonomia do Banco Central, por ora submetido politicamente ao mercado financeiro, recuperando, assim, a autonomia do Brasil e dos governantes eleitos. Sem o que não se recupera investimentos e não se faz o equacionamento político de uma dívida pública nunca auditada que desmonta o serviço público em favor da acumulação do grande capital.

O Sinasefe-SP luta por uma economia inclusiva que submeta politicamente as estruturas fiscais às leis de Responsabilidade Social e controle do viés predatório privatizante do grande capital. Por essa razão, convidamos toda a nossa base para participar de uma Live com as especialistas Leda Paulani (professora titular sênior do Departamento de Economia da FEA-USP) e Maria Lucia Fatorelli (coordenadora nacional da Auditoria Cidadã da Dívida). O debate será conduzido pelo coordenador estadual do Sinasefe-SP Márcio Alves. O bate-papo ao vivo vai acontecer no dia 15 de agosto, às 19 horas, com transmissão pelo canal Imprensa Sinasefe-SP no youtube.