As trabalhadoras e trabalhadores que atuam diretamente com políticas de acesso, permanência e êxito no IFSP – representados pelo Sinasefe-SP – elaboraram um documento em defesa do direito à alimentação da comunidade acadêmica e pela construção de formas horizontais e democráticas de diálogo para pensar como garantir esse direito.

🎙️ Ouça o áudio do companheira Grazielle Felício, da Coordenação Funcional do Sinasefe-SP e Assistente Social no Câmpus Capivari sobre o tema, e compartilhe esse conteúdo nas suas redes sociais, grupos de trabalho, colegas de setor e com a comunidade!

NOTA PÚBLICA

Nós, trabalhadores e trabalhadoras do Instituto Federal de São Paulo, que trabalhamos diretamente com as políticas de acesso, permanência e êxito na instituição, vimos a público, através do sindicato que nos representa, nos posicionar em defesa do movimento estudantil, que tem travado uma luta histórica em defesa do direito à garantia da alimentação, através do bandejão, no Câmpus São Paulo. Defendemos que a organização dos/as estudantes é um ato legítimo e todas as estratégias e táticas adotadas por eles/as, na busca da defesa dos seus direitos, devem ser reconhecidas pela instituição como espaços de resistência política.

Dessa forma, rechaçamos a postura adotada pela direção do Câmpus Paulo que ao divulgar – em nota no site oficial – nomeia o catracaço como “invasão” e decide, sem qualquer diálogo com os/as estudantes, suspender por tempo indeterminado o restaurante. Apesar do recuo momentâneo dado pela gestão, ao dizer que abrirá novamente o restaurante universitário após o dia 12 de outubro, cabe frisar que a atitude imediata de fechamento vai na direção contrária aos princípios estabelecidos para osInstitutos Federais, sobretudo em relação à construção de uma gestão democrática. A atitude de fechamento, naquele momento, foi autoritária e vertical e fere o direito do/a estudante em ter acesso a políticas que garantam o acesso, permanência e êxito deles/as, através da alimentação. Além disso, cabe frisar que é dever dos Institutos Federais ofertar a alimentação escolar à educação básica.

Portanto, nós, trabalhadores/as que estamos diretamente acompanhando os/as estudantes em políticas de assistência estudantil e alimentação escolar, nos posicionamos para que a instituição e a gestão do campus busquem formas de prover o direito à alimentação do/a estudante, transferindo o mínimo possível de responsabilidades financeiras a estes e buscando formas de subsidiar a alimentação nos moldes até então construídos ou de outras formas que não impactem os estudantes, sobretudo financeiramente. Com base nos princípios da administração pública, exigimos que o processo que vise solucionar a questão estejam pautados na horizontalidade do diálogo, na transparência e na publicidade. É inadmissível que uma gestão de uma instituição pública se porte de forma autoritária e sem diálogo com o movimento estudantil.

Reafirmamos nosso apoio à organização coletiva dos/as estudantes e afirmamos que seguiremos lado a lado destes/as, tencionando os espaços institucionais necessários, para que nenhum direito do/a estudante seja negligenciado e/ou desrespeitado. Acreditamos que “quem não se movimenta, não sente as correntes que os prendem”, como já afirmava Rosa de Luxemburgo. Por isso, todo nosso apoio aos atos já construídos e nos próximos que poderão vir, se necessário.

São Paulo, 10 de outubro de 2022