A edição do AI-5, em 13 de dezembro de 1968, eliminou direitos civis e políticos, cassando mandatos de parlamentares contrários aos militares, impôs intervenções nos sindicatos, em municípios e estados e também a suspensão de quaisquer garantias constitucionais e liberdade de imprensa. A partir daí, o regime militar recrudesceu a perseguição política, institucionalizou a tortura e morte de opositores e levou o Brasil a um dos momentos mais autoritários da sua história.
Infelizmente, o AI-5 não faz parte do passado do Brasil. Desde que assumiu a presidência, Jair Bolsonaro e importantes figuras do alto escalão do governo fazem menção ao decreto da ditadura em tom de ameaça. O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que “não é possível se assustar com a ideia de alguém pedir um novo AI-5”. O deputado federal Eduardo Bolsonaro, o filho “zero três” do presidente, declarou que um “novo AI-5” poderia ser editado caso protestos e manifestações sejam intensificados no país.
Bolsonaro faz de modo combinado a destruição de direitos sociais, trabalhistas e democráticos, e o alvo principal é a classe trabalhadora, os mais pobres e setores oprimidos da sociedade, assim como suas organizações de defesa. Perante a perigosa escalada autoritária do bolsonarismo, o Sinasefe-SP reafirma a urgência da mobilização em defesa dos direitos dos trabalhadores e em defesa das garantias democráticas. Ditadura, nunca mais!
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