O Primeiro de Maio é um dia de luta da classe trabalhadora e sempre foi marcado pela luta por direitos trabalhistas. Nesse momento, que enfrentamos a pandemia Covid-19, e sofremos os impactos da crise econômica, política e social, a data deveria ser um marco da unidade e resistência e apontar uma saída para a defesa da vida e direitos.
O Sinasefe-SP não participou da live organizada pelas Centrais Sindicais (CUT, Força Sindical, CTB, UGT, CSB, Nova Central), com a participação de dirigentes, artistas e inimigos do povo. Nem mesmo “virtualmente” aceitamos “dividir palanque” com FHC, Maia, Alcolumbre, Dória, Witzel e outros fiéis representantes dos patrões. Saudamos as entidades e movimentos sociais que tiveram uma postura independente e organizaram outras formas de luta neste dia.
Dedicamos nossos esforços para homenagear e reconhecer os trabalhadores dos serviços essenciais. Além de profissionais da saúde, destacamos os companheiros e companheiras que se dedicam às atividades de abastecimento, telecomunicações, tratamento de esgoto e lixo, funerárias, distribuição de água, energia elétrica, jornalistas, entre tantas outras funções, todas fundamentais neste momento.
Na sociedade capitalista, onde a vida está subordinada à produção do lucro, esses trabalhadores – na maioria negros e mulheres – têm sido historicamente desvalorizados e precarizados e hoje multiplicam sua carga de trabalho para garantir a reprodução de nossas vidas.
Nos dirigimos, de modo especial, aos servidores públicos do Instituto Federal de São Paulo. A rotina profissional foi alterada às pressas com a adoção do sistema de “trabalho remoto”. Nos últimos dias, o sindicato recebeu relatos sobre exigências excessivas de produtividade, ameaças quanto a continuidade do recebimento de salários integrais, cobranças de algumas chefias imediatas que contradizem os documentos oficiais divulgados pelo MEC e o IFSP, além de rotinas exaustivas de trabalho e adoecimento psicológico de servidores.
Não vamos aceitar essa situação. Disponibilizamos um CANAL DE DENÚNCIAS com garantia de sigilo total, para que as situações de assédio neste período sejam mediadas e negociadas pelo sindicato com os gestores institucionais e suporte do departamento jurídico.
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Finalmente, homenageamos os inúmeros professores, técnico-administrativos e estudantes têm se dedicado dia e noite na produção de pesquisas, confecção de materiais e aprofundamento de estudos para o combate ao Coronavírus. Mesmo em condições adversas, têm promovido ações de solidariedade de classe e conscientização da comunidade sobre os cuidados necessários nesse momento.
As experiências da classe trabalhadora, seja em casa, seja nos locais de trabalho, estão diretamente conectadas. A precarização e o desrespeito à vida, a luta e a dor pela perda dos nossos não serão esquecidas, mesmo após voltarmos à “normalidade”. A normalidade dos ricos e dominantes que precisamos destruir.
Viva o Primeiro de Maio, Dia de Luta da Classe Trabalhadora!
Fora Bolsonaro e Mourão!
Agradecimento: Ilustrações @designativista
